quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Perfil do Bibliotecário: Uma Realidade Brasileira

Robson Dias Martins
Bibliotecário responsável pela
Biblioteca Setorial Madureira


RESUMO: Esse trabalho pretende demonstrar a mudança comportamental do bibliotecário durante o Século XX, desde o profissional considerado como "guardião de livros" no início do século até o moderno profissional da informação, voltado para o gerenciamento de unidades de informação e inserido nas novas tecnologias de informação.

PALAVRAS-CHAVE: bibliotecário, perfil do bibliotecário, moderno profissional da informação.



1 - INTRODUÇÃO

Podemos verificar uma mudança no perfil do bibliotecário brasileiro, no século XX, desde o surgimento do primeiro curso de biblioteconomia no país, realizado na Biblioteca Nacional, em 1910, até os dias atuais com o advento das novas tecnologias informacionais e novas técnicas de gerenciamento, alterando assim, o perfil desse profissional no decorrer do século.

Verificamos como relata GUIMARÃES (1997) que, do início do século XX até a década de 30, o bibliotecário possuía uma visão humanista, ligada à cultura e às artes, sob forte influência francesa, devido à origem do curso de biblioteconomia estar ligada a École Nationale des Chartes, em Paris. Assim, os profissionais de biblioteconomia tinham seu papel reduzido a vigiar coleções de manuscritos, de livros e de outros impressos. As bibliotecas eram restritas às instituições religiosas, coleções particulares ou de instituições de ensino ou públicas.

Na década de 30, ele passa a receber uma formação mais técnica sob influência norte-americana, devido à criação dos primeiros cursos paulistas em biblioteconomia direcionados ao ensino técnico, originados da School of Library Economy, fundada por Melvil Dewey na cidade de Columbia, em Nova York. Nessa década, foi fundada também a primeira associação de bibliotecários,a Associação Paulista de Bibliotecários, que visava entre outras coisas uma participação efetiva dos bibliotecários a fim de um reconhecimento profissional dentro da sociedade. Contudo, seu perfil ainda era considerado de um "guardião de livros".

Na década de 50, aconteceu o primeiro congresso na área - Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, realizado em Recife, em 1954, originando uma maior participação dos profissionais e uma educação continuada da categoria.

Na década de 60, a profissão passa a ser reconhecida oficialmente em nível superior, sendo estabelecida uma legislação profissional e sendo criados os primeiros órgãos de classe, como cita Guimarães (1997). "Assim, o bibliotecário que antes exercia sua profissão de forma isolada e sem respaldo legislativo passa a trabalhar de forma mais participativa dentro da sociedade".

Na década de 70, são criados os primeiros cursos de pós-graduação, desenvolvendo assim, a pesquisa e o surgimento dos primeiros periódicos nacionais voltados para biblioteconomia e ciência da informação: Ciência da Informação (publicado pelo IBICT); Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG (publicada pela UFMG)); Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (publicada pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários) e Revista de Biblioteconomia de Brasília (publicada pela Unb e Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal), aumentando a disseminação da informação dentro da área.

Na década de 80, com a reformulação curricular nos cursos de biblioteconomia, o bibliotecário passa a ter um perfil de agente cultural e de informação,sendo direcionado a entidades educacionais e, muitas vezes, atuando como educador.

No início da década de 90, com o crescimento editorial e com o avanço das novas tecnologias de informação,ele passa a ser um profissional da informação e, nesse momento, ele torna-se o "Moderno Profissional da Informação" também conhecido como MIP, sendo considerado um "Gerente Informacional".



2 - PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO TRADICIONAL

Conforme Castro (2000), podemos verificar alguns aspectos do perfil do bibliotecário tradicional, tais como:

• Demasiada atenção às técnicas biblioteconômicas

• Atitudes gerenciais ativas

• Desenvolvimento de práticas profissionais em espaços determinados: bibliotecas, centro de documentação

• Tratamento e disseminação de informação impressa em suportes tradicionais

• Espírito crítico e bom senso

• Atendimento real ao usuário

• Uso tímido das tecnologias de informação (ou nenhum tipo de uso de tecnologia)

• Domínio de línguas estrangeiras (ou nenhum conhecimento de outro idioma)

• Práticas interdisciplinares pouco representativas

• Pesquisas centradas nas abordagens quantitativas

• Estudo das necessidades de informação dos usuários e avaliação de coleções de bibliotecas

• Relação biblioteca e sociedade

• Domínio acentuado nos saberes biblioteconômicos

• Planejamento e gerenciamento de bibliotecas e centros de documentação

• Preocupação no armazenamento e conservação das coleções de documentos e objetos

• Educação continuada esporádica

• Treinamento em recursos bibliográficos

• Tímida participação em políticas sociais, educacionais, científicas e tecnológicas

• Personalidade tímida, pouco comunicativo, com atitudes retrógradas, necessidade de restringir o acesso às informações e inseguro nas tomadas de decisões.

Enfim, podemos verificar que o perfil do bibliotecário tradicional divide-se em três partes distintas:

1) Visto como um preservador - aquele profissional que atua como organizador do conhecimento registrado para garantir seu acesso, ou seja, aquele profissional que limita-se a guardar o seu acervo e disponibilizá-lo o menos possível. Esse profissional possui características de manipular a informação ao invés de disseminá-la;

2) Visto como um educador - ele age como professor, fornecendo informações e preparando os indivíduos para buscá-la de forma autônoma, ou seja, devido principalmente à falta de uma estrutura educacional eficiente, esse profissional torna-se um "professor," substituindo quem deveria exercer a função de professor;

3) Como agente social - onde ele deve ser um comunicador, organizador da informação para sua recuperação, medidor de informações entre o acervo e o público, pesquisador, educador, líder, gerente etc.



3 - PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO MODERNO

Em 1991, a Federação Internacional de Informação e Documentação (FID) criou o Grupo de Interesse Específico sobre Papéis, Carreiras e Desenvolvimento do Moderno Profissional da Informação (SIG FID/MIP), envolvendo profissionais das áreas de biblioteconomia, arquivologia, museologia e administração, realizando uma pesquisa mundial entre esses profissionais para identificar seu perfil.

Segundo Arruda (2000), essa pesquisa desponta a tecnologia como propulsora das principais modificações no perfil desses profissionais, seguida por elementos de gestão organizacional e do trabalho, tais como: identificação do trabalho, aumento da responsabilidade individual, influência no mercado internacional e da competitividade. Assim, verificamos que a inserção das novas tecnologias, bem como novas formas de gerenciamento transformaram o perfil do bibliotecário.

Atualmente, algumas qualificações são necessárias na formação desses bibliotecários, tais como:

• Domínio das tecnologias de informação

• Aquisição de mais de um idioma

• Capacidade de comunicação e de relacionamento interpessoal

• Capacidade gerencial e administrativa

• Administração estratégica

• Educação continuada

• Planejamento estratégico

• Adaptabilidade social

• Visão interna e externa do ambiente

• Gestão participativa envolvendo todos os funcionários da unidade de informação

• Tomada de decisões compartilhadas

• Trabalhar em equipe de forma globalizada e regionalizada

• Deve ser participativo, flexível, inovador, criativo, delegar poderes facilitando a interação entre os níveis hierárquicos e a comunicação entre eles.

Segundo Castro (2000), podemos verificar alguns aspectos do perfil do bibliotecário moderno, tais como:

• Atenção às técnicas biblioteconômicas e documentais

• Atitudes gerenciais pró-ativas

• Desenvolvimento de atividades em espaços onde haja necessidade de informação

• Tratamento e disseminação de informação, independente do suporte físico

• Espírito crítico e bom senso

• Atendimento real e/ou virtual aos clientes

• Profundo conhecedor dos recursos informacionais disponíveis e das técnicas de tratamento da documentação com domínio das tecnologias mais avançadas

• Domínio de línguas estrangeiras

• Ativas práticas interdisciplinares

• Fusão entre as abordagens qualitativas e quantitativas

• Estudo das necessidades de informação dos clientes e avaliação dos recursos dos sistemas de informação

• Relação informação e sociedade

• Domínio dos saberes biblioteconômicos e áreas afins

• Planejamento e gerenciamento de sistemas de informação

• Preocupação na análise, comunicação e uso da informação

• Intenso processo de Educação continuada

• Treinamento em recursos informacionais

• Ativa participação nas políticas sociais, educacionais, científicas e tecnológicas

Já para Marshall et al. (1996) apud Santos (2000), que apontou no relatório anual de 1996 ao Comitê Especial de Competências da SLA - Special Librarian Association "as competências profissionais do bibliotecário moderno estão relacionadas ao seu conhecimento nas áreas de recursos de informação, acesso de informação, tecnologia, administração e pesquisa e, na habilidade para o uso destas áreas de conhecimento como base provedora da biblioteca e dos serviços de informação" e, suas competências pessoais "englobam um jogo de habilidades, atitudes e valores que permitem bibliotecários realizar um trabalho eficaz". Exigindo assim, conforme Santos (2000) relata, "uma boa comunicação, interesse especial na educação continuada ao longo da carreira".

Para Amaral (1998), o bibliotecário moderno deve se destacar nos seguintes enunciados:

• Ser um investigador permanente, pesquisando novos nichos de mercado da informação.

• Inovar as técnicas de segmentação do mercado.

• Identificar o novo perfil do consumidor.

• Buscar novos produtos que propiciem vantagens em relação à concorrência.

• Criar e manter serviços personalizados aos usuários/clientes.

• Posicionar produtos e serviços em condições compatíveis com a imagem da unidade de informação.

• Entender novos modelos de distribuição no ambiente eletrônico.

• Conhecer o novo papel da comunicação, interagindo com os profissionais desta área.

• Descobrir o modelo ideal para promover os produtos e serviços oferecidos.

• Aprimorar o relacionamento com a clientela.

• Visualizar modalidades para estabelecer parcerias com a comunidade, governo, órgãos de classe, agências de fomento e empresas privadas em geral.

• Moldar um novo e atualizado profissional para o atendimento ao público.

• Investir em controles para aprimorar desempenhos da equipe, do gerente e das metodologias de trabalho.



"O perfil do bibliotecário deve ser caracterizado pelos atributos específicos de um agente de mudanças, capaz de gerenciar os recursos informacionais com a habilidade exigida pelo setor de informação do quaternário". (Amaral, 1998 p. 35)

"O bibliotecário deve conhecer a unidade de informação sob sua responsabilidade desde os aspectos socioculturais, econômicos, políticos, tecnológicos, demográficos e legais relacionados com o meio ambiente em geral e com o ambiente interno onde está inserida a unidade de informação". (Amaral, 1998 p. 36)

Enfim, o moderno profissional da informação deve gerenciar sua unidade de informação como uma organização moderna, com uma visão centrada no ser humano como uma sistema aberto, participativo, com co-responsabilidades, voltado para interação com o meio externo apresentando características de administração estratégica, flexibilidade na hierarquia da unidade, exercendo controle sobre resultados, trabalhando em equipe de forma compartilhada, capacitando e avaliando a informação, possuindo uma visão sistêmica da realidade, ampliando a capacidade organizacional de sua unidade de informação, criando e, por fim, inovando.



4 - PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO DO FUTURO



Devido ao surgimento das novas tecnologias de informação e de seu rápido crescimento dentro da sociedade, estão sendo criadas as bibliotecas virtuais também conhecidas como "bibliotecas sem parede" que almejam disponibilizar informações sem a necessidade de uma instalação física onde sejam armazenados livros, periódicos e/ou qualquer outro tipo de suporte de informação.

Analisando essa realidade e verificando que vivemos num país subdesenvolvido onde pessoas morrem de fome e não existe incentivo por parte dos governantes na educação, percebemos que grande parte da população não conhece ou sabe manusear esses instrumentos tecnológicos de busca de informação. Assim sendo, verificamos que mesmo num cenário de avanço tecnológico em meios eletrônicos, de internet e outros suportes, a presença de bibliotecários e de bibliotecas será fundamental para a recuperação das informações. Pois, as pessoas não estão preparadas para pesquisar e não dispõem de tempo para efetuá-las, preferindo que profissionais gabaritados exerçam essa função. E nessa lacuna, a presença do bibliotecário torna-se essencial dentro da sociedade.

O perfil do bibliotecário do futuro deverá ser revisto. Ele deixará de ser um intermediador entre o usuário e a informação escrita para um intermediador do cliente para a informação eletrônica. Com isso, o bibliotecário do futuro deverá ser um exímio conhecedor de informática pois, através de meios tecnológicos, ele irá exercer seu papel de organizador e disseminador da informação. O bibliotecário passará a ser um "consultor de informação", provavelmente, trabalhando de forma autônoma, sem a necessidade de uma instalação nos moldes das bibliotecas atuais. Por essas questões, o profissional da informação, no futuro, para conseguir êxito em sua carreira deverá prestar um serviço de qualidade onde o atendimento ao cliente será fundamental para a manutenção de sua existência.

5 - CONCLUSÃO

Vivemos numa sociedade repleta de transformações que alteraram durante o século XX o perfil de profissionais de várias áreas e isso não foi diferente com os profissionais de biblioteconomia. Podemos perceber uma grandiosa mudança no perfil desse profissional.

Anteriormente combalido e recluso a bibliotecas ou "depósitos de livros", onde atuavam como "guardiões de papéis", sem perspectivas profissionais e sem reconhecimento dentro da sociedade. Evidente que esse quadro era um reflexo da atuação desses profissionais, que por muitas vezes, se isolavam da sociedade e de outros profissionais, reclusos dentro de bibliotecas, isolados da realidade e das transformações da sociedade. Contudo, com o passar dos anos, com mudanças curriculares, criação de educação continuada, através de congressos, encontros, simpósios, cursos etc..., regulamentação da profissão, criação de cursos em nível de pós-graduação e mestrado, compartilhamento de informações, novas técnicas gerenciais e advento de novas tecnologias de informação, esse profissional passou a ser um "gerente informacional". Procurando novas alternativas de atendimento, expandindo-se, indo além de sua unidade de informação, buscando a informação onde ela estiver, o bibliotecário moderno deixou a reclusão de sua unidade de informação para trabalhar de forma compartilhada a outras unidades de informação e o bibliotecário do futuro, apesar de ainda ser uma incógnita, provavelmente, será um "consultor da informação" ou "guia do conhecimento",exercendo a profissão de forma autônoma e buscando preencher uma lacuna dentro da sociedade. Além disso, ele deve desenvolver habilidades interpessoais, de comunicação, gerenciais e técnicas sendo um profissional de extrema importância dentro da sociedade.

6 - REFERÊNCIAS

AMARAL, Sueli A. do. Marketing: Abordagem em unidades de informação. Brasília: Thesaurus, 1998, p. 244.

ARRUDA, Maria da Conceição Calmon; MARTELETO, Regina Maria; SOUZA, Donaldo Bello. Educação, trabalho e o delineamento de novos perfis profissionais: o bibliotecário em questão. Ci. Inf., Brasília, vol. 29, nº 3, set./dez. 2000, pp. 14-24.

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