quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

12 de março – Dia do Bibliotecário!


O Dia do Bibliotecário é comemorado em 12 de março em homenagem à data do nascimento do bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre. O Decreto 84.631, de 09/04/1980, foi assinado pelo então presidente da República João Figueiredo. Manuel Bastos Tigre nasceu no dia 12 de março de 1882. Em 1906, depois de finalizar seu curso de Engenharia, foi fazer um aperfeiçoamento em eletricidade, nos Estados Unidos. Lá, conheceu o bibliotecário Melvil Dewey, que o deixou interessado pela profissão. Aos 33 anos, Manuel foi trabalhar com biblioteconomia. Ficou em primeiro lugar no concurso para bibliotecário do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Entre 1945 e 1947, trabalhou na Biblioteca Nacional e depois assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil.
Feliz Dia do Bibliotecário!!!

Semana da Biblioteca Escolar


Apresentação
Preparamos este programa sugestivo para a “Semana da Biblioteca”, do dia 12 a 16 de março de 2007, com os objetivos de estimular a leitura, desenvolver a concentração e divulgar a extensão e importância da biblioteca como lugar agradável e próprio para adquirir conhecimento.


Serão realizadas diferentes atividades em cada dia da semana como, por exemplo, Caça-Palavras, Curiosidades, Palavras Cruzadas, filmes, concurso bíblico, musical, colagens, Hora do Conto, Jogos educativos.
As atividades serão interessantes e muito proveitosas!

Portanto não deixe a biblioteca da sua escola de fora.
Participe também!!!

Você poderá fazer sorteios de alguns brindes, para os que participarem durante toda a semana.
Sucessos!!!!

Profª Lusmar Araujo

Biblioteca
Longe de constituir mero depósito de livros, a biblioteca escolar é um centro ativo de aprendizagem. Nunca deve ser vista como mero apêndice das unidades escolares, mas como núcleo ligado ao pedagógico. A Bibliotecária trabalha com os educadores e não apenas para eles ou deles isolados. Integrada à comunidade escolar, a biblioteca proporcionará a seu publico leitor uma convivência harmoniosa com o mundo das idéias e da informação. Graça Maria Fragoso


As duas funções da Biblioteca:

a) Função educativa, ela representa um reforço à ação do aluno e do professor. Quanto ao primeiro, desenvolvendo habilidades de estudo independente, agindo como instrumento de auto-educação, motivando a uma busca do conhecimento, incrementando a leitura e ainda auxiliando na formação de hábitos e atitudes de manuseio, consulta e utilização do livro, da biblioteca e da informação. Quanto à atuação do educador e da instituição, a biblioteca complementa as informações básicas e oferece seus recursos e serviços à comunidade escolar de maneira a atender as necessidades do planejamento curricular.


b) Função cultural, a biblioteca de uma escola torna-se complemento da educação formal, ao oferecer múltiplas possibilidades de leitura e, com isso, levar os alunos a ampliar seus conhecimentos e suas idéias acerca do mundo. Pode contribuir para a formação de uma atitude positiva, frente à leitura e, em certa medida, participar das ações da comunidade escolar.


Objetivos da Biblioteca:


a) Cooperar com o currículo da escola no atendimento às necessidades dos alunos, dos professores e dos demais elementos da comunidade escolar;


b) Estimular e orientar a comunidade escolar em suas consultas e leituras, favorecendo o desenvolvimento da capacidade de selecionar e avaliar;


c) Incentivar os alunos a pensar de forma crítica, reflexiva, analítica e criadora, orientados por equipes inter-relacionadas (educadores + bibliotecários);

d) Proporcionar aos leitores materiais diversos e serviços bibliotecários adequados ao seu aperfeiçoamento e desenvolvimento individual e coletivo;


e) Promover a interação educador -bibliotecário- aluno, facilitando o processo ensino-aprendizagem;


f) Oferecer um mecanismo para a democratização da educação, permitindo o acesso de um maior número de crianças e jovens a materiais educativos e, através disso, dar oportunidade ao desenvolvimento de cada aluno a partir de suas atitudes individuais;


g) Contribuir para que o educador amplie sua percepção dos problemas educacionais, oferecendo-lhe informações que o ajudem a tomar decisões no sentido de solucioná-los., tendo como ponto de partida valores éticos e cidadãos.

Seja um Mediador!

De nada serviria uma bela biblioteca escolar, com espaço físico e acervo adequados às necessidades escolar se, para exercer as funções e cumprir seus objetivos, não estiver em seu comando um profissional consciente, com sensibilidade e habilitações básicas para manter esse espaço de cultura e informação bem ajeitado e atraente, onde a técnica é utilizada para produzir conhecimento.

Portanto, para atuar como bibliotecário escolar, o profissional deve ser essencialmente um leitor e ter, entre outras habilidades, competência para oferecer oportunidades, materiais e atividades específicas, visando despertar o interesse da comunidade escolar pela biblioteca.

Sua grande tarefa é tornar a biblioteca da escola um lugar agradável, dinâmico, onde prevaleça um clima de harmonia entre ele e o público, seja qual for a faixa etária ou a posição deste na hierarquia da escola.


Principais funções e atribuições que deveriam fazer parte do cotidiano do bibliotecário escolar:

a) Participar ativamente do processo educacional, planejando junto ao quadro pedagógico as atividades curriculares. E isso deve ser feito para todas as disciplinas, acompanhando o desenvolvimento do programa, colocando à disposição da comunidade escolar, materiais que complementem a informação transmitida em classe;
b) Fazer da biblioteca um local descontraído, de modo a que os leitores se sintam atraídos para ela;
c) Estimular os alunos, através de atividades simples, desde a educação infantil, a se envolverem com propostas leitoras;
d) Estimular os educadores a vivenciarem a biblioteca da escola como um espaço pedagógico de educação continuada;
e) Proporcionar informações básicas que permitam ao aluno formular juízos inteligentes na vida cotidiana;
f) Oferecer elementos que promovam a apreciação literária, a avaliação estética e ética, tanto quanto o conhecimento dos fatos;
g) Favorecer o contato entre alunos de idades diversas;
h) Proclamar uma biblioteca para leitores solidários e não para leituras solitárias.

Que a sua biblioteca seja o agente de transformação do ensino!


Programa da Semana da Biblioteca 12 a 16 de março de 2007


I. Educação Infantil ao 5º ano (4ª série)

* Dia 12/03 – Segunda – feira:

Atividades: Hora do Conto – De Jardim ao 5º ano(4ª série)


* Dia 13/03 – Terça – feira:

Atividades: Desenho e Pintura – (desenhe o céu ) – De Jardim ao 1º ano (alfa)

Concurso bíblico – Do 2º ano ao 5º ano(4ª série)


* Dia 14/03 – Quarta – feira:

Atividades: Jogos educativos – De Jardim ao 1º ano (alfa)

Passatempo nove nomes de frutas – 2º ano (1ª série)

A Turma do El – Diagrama onze nomes próprios – 3º ano (2ª série)

Advinhe – atividade em código – 4º ano ( 3ª série)

Caça-Palavras casadinhos ( masculino e feminino) – 5º ano (4ª série)


* Dia 15/03 – Quinta - feira

Atividades: Descobrindo talentos (música apresentada pelos alunos: instrumental ou cantada) – De jardim ao 5º ano (4ª série)

Professora lendo história na biblioteca – De Jardim ao 1º ano (alfa)

Caça-Palavras: Cores da bandeira (Pintar) – 2º ano (1ª série)

Escrita de palavras por meio de símbolos – 3º ano(2ª série)

Decifre o código – 4º ano (3ª série)

Cruzadinha musical – 5º ano (4ª série)


* Dia 16/03 – Sexta - feira

Atividade: Colagem do Barquinho – Jardim

Colagem do Peixinho - 1º ano (Alfa)

História ilustrada e Pintura – 2º ano (1ª série)

Cruzadinha (O que as crianças estão comendo?) – 3º ano (2ª série)

Caça – Palavras ( brinquedos preferidos) – 4º ano (3ª série)

Carta enigmática – 5º ano (4ª série)


II. Do 6º ano(5ª série) 9º ano (8ª série)



* Dia 12/03 – Segunda – feira:

Atividades: Concurso Bíblico – Do 6º ano ao 9º ano


* Dia 13/03 – Terça – feira:

Atividades: Provérbios – 6º ano (5ª série)

Caça – Palavras (Parábolas de Jesus) – 7º ano (6ª série)

Caça – Palavras Bíblico (Sacerdotes) – 8º ano (7ª série)

Cruzadinha (O Bom pastor) – 9º ano (8ª série)


* Dia 14/03 – Quarta – feira:

Atividades: Filme educativo ( a pesquisar) – Do 6º ao 9º ano (5ª a 8ª série)


* Dia 15/03 – Quinta - feira

Atividades: Descobrindo Talentos ( apresentação musical dos alunos: instrumental, vocal) – Do 6º ao 9º ano.


* Dia 16/03 – Sexta - feira

Atividade: Leitura Recreativa – Do 6º ao 9º ano (5ª a 8ª série)


II. Ensino Médio


* Dia 12/03 – Segunda – feira:

Atividades: Concurso Bíblico – Do 1º ao 3º ano do ensino médio


* Dia 13/03 – Terça – feira:

Atividades: Os Discípulos de Jesus – Do 1º ao 3º ano ensino médio


* Dia 14/03 – Quarta – feira:

Atividades: Parábola (O bom samaritano) – Do 1º ao 3º ano ensino médio


* Dia 15/03 – Quinta - feira

Atividades: Descobrindo Talentos ( apresentação musical dos alunos: instrumental, vocal) – Do 1º ao 3º ano ensino médio.
* Dia 16/03 – Sexta - feira

Atividade: Filme educativo ( a pesquisar)
Lusmar da Silva Duarte Araujo
Bibliotecária das Escolas Adventistas UEB/RJ

Programa Sugestivo para o Dia Nacional do Livro Infantil e de Monteiro Lobato – 18 de abril

1. Cânticos
2. Oração
3. Palestra sobre a importância do livro
4. Apresentar e explicar um painel dividido em 3 partes com os dizeres:
- Ler por Prazer: livros de literatura em geral.
- Ler pra se informar: Revistas e Jornais
- Ler para aprender: Livros escolares (didáticos).



5. Decálogo do Livro ou cuidados com o livro.
6. Dramatização: Os tipos de Livros


Escolher 9 crianças da 4ª série para fazer esta apresentação. Cada aluno representará um livro e dirá o versinho decorado.Todos deverão estar vestidos e identificados com o livro representado.
1º livro:

Livro

Eu sou o livro!

Grande amigo das crianças e dos adultos.

Trago sempre novidades e alegria.

Sem ele você não pode estudar!

Já imaginou como seria o mundo se eu não existisse?


2º Livro de Português


Eu sou o Português

Uma língua bem complicada

Mas para descomplicar

Você tem que estudar

E na dúvida, o dicionário consultar.


3º Matemática


Eu sou a Matemática

Posso levar você a pensar

Vamos pense rápido

A turma de C. A tem 20 alunos

Vieram na aula 18 alunos

Quantos faltaram?


4º Gramática


Se você me consultar

Aprenderá corretamente escrever e falar.

Vamos lá?

* Escrevemos M antes de p e b e no final das palavras.

* Casa, asa, mesa, escreve com s com som de z.


5º História


Dentro de mim estão escritos

Acontecimentos importantes,

Batalhas heróicas e fatos marcantes.

Adivinhe se puder!

Quem foi o cara legal que livro o Brasil de Portugal?


6º Geografia


Eu quero protestar e deixar todos alarmados.

Jogo mapa pra lá, jogo mapa pra cá.

Quero ver qual o aluno que Brasil vai encontrar.


7º Ciências


Com paciência vou dividir as partes da planta e explicar.

Raiz, caule, folha, flor, fruto.

Se você me pesquisar, pode até um cientista virar!


9º Contos


Sou por muitos rejeitados.

Trago várias histórias de mocinho e cinderelas.

Mas fico num canto esquecido;

Solitário como um barco à vela.

Era uma vez .....


10º Bíblia

Eu quero protestar e alertar

Todos os cristãos para a palavra do Senhor.

Um dia você vai ler.

Mesmo sendo difícil de entender.

Eu lhes falo do amor e da palavra do Criador.


7. Fazer sorteio de brindes aos alunos : revistas, livros , etc


8. Dar um brinde surpresa aos participantes da dramatização.
9. Encerramento.

Convidar as crianças a fazerem uma visita à biblioteca da escola.


Pensamento:
Ler para se divertir...


Ler para se emocionar,


Ler para conhecer outros mundos possíveis...


Ler para aprender!


Se aprende ler, lendo!

Perspectivas para uma Biblioteca no futuro: Utopia ou Realidade?

Robson Dias Martins

Bibliotecário responsável pela
Biblioteca Setorial Madureira


RESUMO: Verificamos como as mudanças dos suportes utilizados pelas bibliotecas transformam os materiais, produtos e os serviços oferecidos pelas mesmas. Analisando como os novos tipos de paradigmas podem ser unidos e cooperativos, formando um novo tipo de biblioteca, onde vários tipos de suportes possam ser utilizados. Instituindo a Biblioteca Universal.


PALAVRAS-CHAVE: Biblioteca Tradicional, Biblioteca Eletrônica, Biblioteca Eletrônica Virtual, Biblioteca Polimídia, Biblioteca Interativa, Biblioteca Virtual, Biblioteca de Realidade Virtual, Biblioteca Digital e Biblioteca Universal

1 - INTRODUÇÃO

Esse artigo pretende fazer reflexões sobre a evolução das bibliotecas da era mineral até a era virtual. Procurando pressentir como será o ambiente informacional do século XXI, incorporando materiais, produtos e serviços eletrônicos, digitais e virtuais às bibliotecas tradicionais. Formulando um novo tipo de biblioteca: A BIBLIOTECA UNIVERSAL, que tem como características principais a junção de todos os tipos de suportes dentro da sociedade na recuperação da informação. Esse artigo pretende, também, demonstrar como a sociedade e o governo brasileiro estão envolvidos com as perspectivas das bibliotecas brasileiras através de questões sociais e econômicas.

2 - EVOLUÇÃO DOS SUPORTES
Desde a descoberta da escrita pelo homem as bibliotecas modificam os suportes utilizados em seus acervos. Assim, as primeiras bibliotecas eram constituídas por minerais escritos através de cuneiformes e hieróglifos em tabletes de argila; depois surgiram as vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos, conhecidas como as bibliotecas dos babilônios, assírios, egipcíos, persas e chineses. Com o advento do papel, descoberto pelos árabes surgiram as primeiras bibliotecas de papel e mais tarde as bibliotecas dos livros propriamente ditos.

Desde seu surgimento, as bibliotecas restringem as informações às altas classes sociais, ficando sob a tutela da nobreza, do clero e da magistratura as informações. A princípio os livros eram acorrentados às prateleiras para não serem emprestados. Afinal, os responsáveis pelas bibliotecas tinham medo de que os livros não retornassem as mesmas ou voltassem danificados. Além disso, como cita LEVACOV (1997), "como controlar o impacto da informação livremente distribuída"? Esse quadro perdurou até o século XVI, quando as bibliotecas sosfreram grandes transformações tendo como características a Laicização - passaram a ter caráter legal e civil; a Democratização - passando de particulares para públicas e abertas a todos; Especialização - especializada em diferentes áreas do conhecimento e Sociabilização - devendo ser dinâmica e circular. Contudo, só no século XVIII, iniciou-se a democratização da informação para as outras camadas da sociedade.

No século XIX, o volume da memória coletiva não cabe mais na memória individual. A memória passa a estar representada nas fichas das bibliotecas, dos arquivos e museus.

Durante o século XVIII e parte do século XIX os cadernos de notas e os catálogos de obras eram os suportes da memória; no início do século XX a documentação é a disciplina que organiza a memória das bibliotecas em fichas. Trata-se, ainda que de maneira rudimentar, de um "verdadeiro córtex cerebral exteriorizado", nas palavras de Leroi-Gourhan (1990) apud LUCAS (1998), tendo em vista a possibilidade de arranjos múltiplos por parte de um pesquisador.

Na metade do século XX, a introdução dos computadores provoca uma verdadeira revolução da memória: a possibilidade da memória eletrônica, distinta da memória humana por sua duração. A memória humana está sujeita ao esquecimento enquanto a memória das máquinas é ilimitada, dependendo de técnicas de armazenamento.

Outro fator importante é que os processos de estabilização da memória humana acontecem de maneira distinta da estabilidade da memória das máquinas. São maneiras diferentes, permeadas por fatores culturais, sociais e políticos dentre outros.

Segundo LUCAS (1998), "a memória das máquinas se impõe pela sua grande estabilidade enquanto materialidade e é sustentada pelo efeito de transparência produzido pela reprodução e condensação dos registros. Por outro lado, ela reproduz aquilo que já se tornou a memória do Homem, algo parecido ao tipo de memória que representa o livro, mas combinada, no entanto, com uma facilidade de evocação até então desconhecida".

MARCONDES (1997), afirma que "o fim do 'socialismo real' com a queda do muro de Berlim em 1989, com o esgotamento econômico da (ex)URSS diante da corrida armamentista com os EUA, libera neste país uma soma incalculável de recursos, antes mobilizados pela 'guerra fria'. Estes recursos são então investidos basicamente no desenvolvimento das tecnologias de informação, muitas de origem militar como a própria Internet. É aberto um novo ciclo econômico nos EUA, puxado pela indústria de informação, aí incluídos os fabricantes de 'hardware' e 'software', produtores de conteúdo como bases de dados, notícias, entreterimento etc. (...) o novo projeto econômico e de hegemonia dos EUA tem suas diretrizes estabelecidas nas propostas da 'National Information Infrastructure - NII', da administração Clinton, nas diretrizes de políticas externa e comercial dos EUA do discurso do vice-presidente da América Al Gore 'Building the Global Information Infrastructure' na reunião da International Telecommunications Union, em Buenos Aires, em 1994. A partir daí, marca-se o ponto de reflexão na relação entre o capital e a Internet, alterando sua direção, de uma rede acadêmica, de um espaço aberto onde coexistam desde cientistas, pesquisadores, até grupos alternativos, de auto-ajuda, onde nada era cobrado, para cada vez mais infra-estrutura fundamental para a reprodução do capital. Entre as tecnologias de bases que viabilizam estes processos, destacam-se as tecnologias informáticas e de telecomunicações, comumente chamadas de tecnologias da informação, que permitem hoje os fluxos informacionais interativos em tempo real".

Segundo Dyson (1994) apud Levacov (1997) "da mesma forma como a Revolução Industrial não eliminou a agricultura, mas a marginalizou de forma crescente como fonte de renda, trabalho e poder, a Revolução da Informação faz migrar o capital para a própria informação, sua distribuição e recuperação. A sociedade e a economia tornam-se, cada vez mais, information-based. O declínio acentuado dos custos de hardware e software e o crescimento extraordinário do acesso comercial auxiliam e aceleram esta transição. Ao subverter a economia de produção em massa, as novas tecnologias da informação estão diminuindo os custos da diversidade, tanto em produtos quanto pessoal, desmassificando nossas instituições e nossa cultura, bem como criando um novo potencial para a liberdade humana, uma vez que eliminam a necessidade do paradigma institucional central da vida moderna: a burocratização".

Analisando esse trecho do texto, podemos fazer algumas considerações. A primeira reflete-se a Revolução Industrial, que não terminou com a agricultura. Pelo contrário, atualmente, a agricultura é um dos principais mercados mundiais, devido à utilização de máquinas modernas. O mesmo poder acontecer com as bibliotecas com o auxilio da tecnologia, evitando o extermínio das mesmas. A segunda questão está baseada na quantidade de pessoas que possuem acesso a Internet no Brasil que ainda é muito pequena e a terceira é relativa a burocratização das bibliotecas que não é uma realidade de todas as unidades de informação.

Verificamos então que, num primeiro momento, a realidade das bibliotecas brasileiras necessita de uma junção do tradicional como o digital e o virtual. Assim, a mesma ficará fortalecida dentro da sociedade, dispondo informações em todos os campos do conhecimento em suportes reais e virtuais, onde quer que ela esteja, para todos os cidadãos do país.

Analisando a história das bibliotecas verificamos que desde do surgimento das mesmas , os homens que exercem o poder tentam destruí-la a fim de permanecerem no poder e manipular a sociedade. Isso ocorreu com a Biblioteca de Alexandria, biblioteca mais famosa do mundo destruída por motivos religiosos. Ocorreu na Idade Média, quando a Igreja Católica tentou destruir as bibliotecas. Paradoxalmente a isso, foram os mosteiros que serviram como esconderijos dos livros salvando-os para a posteridade. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando Monte Cassino foi bombardeada e o maior repositório do conhecimento humano sobre a Europa foi destruído. A destruição da Biblioteca Nacional do Camboja por Khmer Vermelho que destruiu as informações sobre a civilização cambojana.

Esse panorama histórico mostra a realidade da sociedade que tenta através da manipulação de alguns destruir esse repositório do conhecimento que denominados de Biblioteca. Contudo, esse artigo pretende demonstrar a importância de uma adaptação das bibliotecas atuais com as novas tecnologias de mercado a fim de uma construção de biblioteca atuante, onde as informações impressas e digitais convivem juntas para um maior fortalecimento dos acervos, onde essas informações sejam disponibilizadas para todos. Enfim, a criação de um novo modelo de Biblioteca: a BIBLIOTECA UNIVERSAL.



3 - BIBLIOTECA CONVENCIONAL

Segundo AURÉLIO (1999), "biblioteca é o lugar onde se guardam os livros; 'estante' ou coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres organizada para estudo, leitura ou consulta; ou edifício ou recinto onde se estala essa coleção".
Para CUNHA (1999), "a biblioteca tradicional é aquela onde a maioria dos itens do seu acervo é constituída de documentos em papel. Ela existe desde a invenção da escrita. É claro que, antes do advento da imprensa, em 1440, o seu acervo era formado por outros tipos de materiais (...) uma característica da biblioteca tradicional é que tanto a coleção como o seu catálogo utilizam o papel como suporte de registro da informação. Todavia, no final do século XIX, houve uma grande revolução na biblioteca com a introdução do catálogo em fichas e o abandono do catálogo sob a forma de livro".

A Biblioteca Tradicional poderia ser citada também como a Biblioteca Real. Então, o que é o Real? Segundo AURÉLIO (1999), real vem do Latim Reale e significa "realidade" ou "bens materiais", pode ser também algo que existe de fato. Para LÉVY (1996) apud SOUZA (2000) "o real seria da ordem do 'tenho', enquanto o virtual seria da ordem do 'terás', ou da ilusão, o que permite geralmente o uso de uma ironia fácil para evocar as diversas formas de virtualização".


4 - BIBLIOTECA POLIMÍDIA

Polimídia significa denotação de diferentes tipos de meios independentes para a armazenagem da informação. O papel, os microfilmes e os discos compactos, por exemplo, são tecnologias fisicamente distintas, que, tomadas em conjunto, constituem-se em facilidades de armazenamento polimidia. Seguindo-se este raciocínio, as bibliotecas polimidias seriam instituições que armazenam informação utilizando uma extensa e variada gama de "mídias". Essencialmente, são similares às bibliotecas convencionais, contendo livros que convivem com vídeos, fitas, CDs, CD-ROMs, microfilmes, softwares de computador etc. Os processos de gerenciamento e organização nestas bibliotecas serão praticamente manuais e, apesar de os computadores estarem disponíveis para os usuários, esta tecnologia não será utilizada para a realização de qualquer forma de automação (MARCHIORI, 1997).



5 - BIBLIOTECA INTERATIVA


Esse modelo de biblioteca visa a produção cultural, onde as pessoas são membros criadores e, não apenas, consumidores de cultura, possuindo uma concepção dinâmica de espaço dentro da própria unidade, existindo interação entre os indivíduos que lhe acessam, havendo espaços grupais para os mais diversos tipos de atividades, sejam elas através de informações escritas, orais, audiovisuais e multimídia. (PERROTTI, 2001)

6 - BIBLIOTECA DIGITAL

As bibliotecas digitais são bibliotecas que existem de forma digital, ou seja, em disquetes, winchester, CDs etc. Dispõem de todos os recursos de uma biblioteca eletrônica, oferecendo pesquisa e visualização dos documentos (full text, vídeo etc.) tanto local como por meio de redes de computadores.

Para CUNHA (1999), a biblioteca digital é definida por dezenas de autores por encontrar uma ou várias das características seguintes:

1) "acesso remoto pelo usuário, por meio de um computador conectado a uma rede"

2) "utilização simultânea do mesmo documento por duas ou mais pessoas"

3) "inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou centro de informação"

4) "existência de coleções de documentos correntes onde se pode acessar não somente a referência bibliográfica , mas também o seu texto completo..."

5) "provisão de acesso em linha e outras fontes externas de informação (bibliotecas, museus, bancos de dados, instituições públicas e privadas"

6) "utilização de maneira que a biblioteca local não necessite ser proprietária do documento solicitado pelo usuário

7) "utilização de diversos suportes de registro da informação, tais como: texto, som, imagem e números"

8) "existência de unidade de gerenciamento do conhecimento, que inclui sistema inteligente ou especialista para ajudar na recuperação de informação mais relevante"

Para MARCHIORI (1997), "a biblioteca digital difere-se das demais porque a informação que ela contém existe apenas na forma digital, podendo residir em meios diferentes de armazenamento, como as memórias eletrônicas (discos magnéticos e ópticos). Desta forma, a biblioteca digital não contém livros na forma convencional e a informação pode ser acessada, em locais específicos e remotamente, por meio de redes de computadores. A grande vantagem da informação digitalizada é que ela pode ser compartilhada instantaneamente e facilmente, com um custo relativamente baixo".

Para ATKINS apud CUNHA (1994), considera que a biblioteca digital tem como características a criação de novos e mais dinâmicos formatos, integrados com a representação de dados, informação e conhecimento, que ela pode apoiar novas formas de grupos de colaboradores na criação e uso da informação, novas práticas comunitárias, permitindo a personalização da informação, incluindo a assistência no gerenciamento da informação quando ocorrer excessos de dados.



7 - BIBLIOTECA ELETRÔNICA

Sistema no qual o processo básico da biblioteca é a eletrônica, ou seja, ampla utilização de máquinas, principalmente, microcomputadores, facilitando como cita MARCHIORI (1997), "na construção de índices on-line, na busca de textos completos e na recuperação e armazenagem de registros. A biblioteca eletrônica se direcionará para ampliar o uso de computadores na armazenagem, recuperação e disponibilidade da informação, podendo envolver-se em projetos para a digitalização de livros. Haverá um uso extensivo de meios eletrônicos que ainda coexistirão com as publicações eletrônicas e será possível remeter-se ao bibliotecário e aos 'sistemas especialistas'".

DRABENSTOTT e MACEDO (1997) afirmam que a transmissão eletrônica da informação dá novo sentido à biblioteca, integrando múltiplas tecnologias disponíveis, como, por exemplo: distribuição de documentos por meio de telefacsímile; catálogo em linha para acesso público; compartilhamento por dados padronizados; inteligência artificial; sistemas especialistas, imagens gráficas melhoradas tecnicamente, artefato digital óptico para sistemas de estocagem; teleconferência; hipermídia; artefato de entrada, para processamento de voz; terminal de toque. Disco vídeo/ótico, holografia,; artefato de saida, para procesamento de voz, painel plano; processo de integração com múltiplas tecnologias para servir a único propósito, alcançando o usuário final; sistema especialista de robótica para recuperação da informação; transmissão por satélites, ISDN e LAN e programa interface para usuário.

8 - BIBLIOTECA ELETRÔNICA VIRTUAL

LANDONI et alli (1993) apud MARCHIORI (1997), apresenta o conceito de "biblioteca eletrônica virtual" (Virtual Electronic Library - VEL), na qual existiriam hiperlivros e livros visuais, podendo ser analisada como uma livraria com uma gigantesca quantidade de livros, devido a conexão em rede por um número crescente de bibliotecas. Gerando um intercâmbio entre vários tipos de bibliotecas originando um "metabiblioteca", onde existiriam entradas para que os leitores navegassem por várias bibliotecas, da mesma forma que circulariam em uma em particular.



9 - BIBLIOTECA VIRTUAL

Para CUNHA (1994), as bibliotecas virtuais são "uma visão futurística feita por Vannevar Bush, nos anos 40, quando o mesmo desenvolveu a idéia denominada Memex, que seria um sistema automatizado e teria uma série de características que somente foram alcançadas nos anos 90. Variações sobre o mesmo tema foram feitas por Ted Nelson quando desenvolveu o conceito de 'Xanadu', Alan Kay com o seu Dynabook e, por último, por Lancaster com a sua paperless library"

Do ponto de vista da informação como subsídio às atividades acadêmicas, a Internet proporciona novos recursos informacionais através de versões eletrônicas, como documentos multimídia, listas de discussão, fóruns eletrônicos, conferências em linha, imagens, banco de "pre-prints" etc. Servindo como subsídio à pesquisa em canais de comunicação virtual.

Para TED NELSON, idealizador do Projeto XANADU, a biblioteca virtual é uma grande rede mundial depositária de todos os documentos da humanidade, onde seriam arquivados em uma estrutura universal de dados, possibilitando acesso e associação para outros documentos afins, tendo em comum uma característica digital e hipertextual, na qual os acessos são feitos através de links. (LEVACOV, 1997)

Alguns aspectos favoráveis na utilização de bibliotecas virtuais devem ser verificadas:

1 - Com o advento da Internet, é possível consultar publicações eletrônicas gratuitamente;

2 - Com os novos meios tecnológicos, existem uma multiplicidade de recursos informacionais disponíveis na rede;

3 - Velocidade da comunicação científica propiciada pela publicação direta na rede;

4 - Crescimento de usuários acessando, diretamente, a informação.



BIBLIOTECAS VIRTUAIS POR ESTADOS

ESTADOS QUANTIDADE

NENHUMA 1 2 a 5 6 a 15 + de 15

ACRE X

ALAGOAS X

AMAPÁ X

AMAZONAS x

BAHIA X

CEARÁ X

DISTRITO FEDERAL X

ESPÍRITO SANTO X

GOIÁS X

MARANHÃO X

MATO GROSSO X

MATO GROSSO DO SUL X

MINAS GERAIS X

PARÁ X

PARAÍBA X

PARANÁ X

PERNAMBUCO X

PIAUÍ X

RIO DE JANEIRO X

RIO GRANDE DO NORTE X

RIO GRANDE DO SUL X

RONDÔNIA X

RORAIMA X

SANTA CATARINA X

SÃO PAULO X

SERGIPE X

TOCANTIS X

Obs.: Dados do IBICT de dezembro/2000


Verificamos através deste quadro que a maioria dos Estados brasileiros ainda não possuem bibliotecas virtuais. Com isso, mostra-se a realidade brasileira no que se refere às suas bibliotecas.

10 - BIBLIOTECA DE REALIDADE VIRTUAL

POULTER (1994) apud MARCHIORI (1997), revela um novo tipo de biblioteca caracterizada na tridimensionalidade das bibliotecas, ou seja, na criação de ambientes imersos e interativos onde, conforme o mesmo cita "é então possível, ao entrar em uma biblioteca virtual, circular entre as salas, selecionar um livro nas estantes, 'tocá-lo', 'abri-lo' e 'lê-lo'. Esse tipo de biblioteca está relacionado com o conceito de acesso, por meios de redes, a recursos de informação disponíveis em sistemas de base computadorizada, normalmente remotos, e que uma 'biblioteca de realidade virtual' funciona como uma nova forma de catálogo on-line de acesso público (OPAC), construída utilizando-se a tecnologia de realidade virtual. A essência da biblioteca de realidade virtual apresenta uma aplicação de programas de computador para simular estruturas físicas de bibliotecas, , ordenando os recursos de informação que ela contém: andares, salas, estantes. Os dados bibliográficos podem ser acessados via uma interface, que aparece na tela como uma sala com estantes na qual um usuário pode navegar e controlar utilizando um aparelho especial, como um mouse de três dimensões, por exemplo. Um software para realidade virtual é um visualizador e um construtor de um mundo virtual em um computador, que pode estar apenas na tela deste, ou exigir aparelhagem especial, como luvas e capacetes, chamando-se assim de sistemas 'imersivos' de realidade virtual. Já existem alguns softwares disponíveis para a construção de tais 'mundos', mas ainda são caros, consumidores de memória, sendo raros para aplicações próprias em bibliotecas". (MARCHIORI, 1997)

11 - BIBLIOTECA UNIVERSAL

A Biblioteca Universal aparece como modelo ideal para recuperação da informação, onde quer que ela esteja e, de automação dos serviços da biblioteca.

A Biblioteca Universal seria uma junção dos outros modelos citados acima. Seria a união dos acervos reais e virtuais, seus paradigmas estariam ligados a realidade e a virtualidade, seus objetivos passam do processo impresso, para o processo impresso, visual, audiovisual, oral, tatual, multimídia e virtual, respeitando uma existência pacífica entre todos os tipos de suportes.

Nesse modelo de biblioteca o conceito de informação está ligado onde ela está, seja na própria biblioteca (documentos reais) ou na rede (documentos virtuais), alterando-se a cultura de materiais fixos nas estantes.

Sua produção está ligada à pesquisa, às inovações tecnológicas, ao compartilhamento de recursos e materiais, na expansão da informação, na automação administrativa, no redirecionamento dos objetivos da biblioteca, na reestruturação dos serviços e produtos oferecidos, partindo do princípio que informação é um bem e, para isso, deve ser cobrada. Na participação da mesma na geração de cursos e atividades extras afim de uma participação ativa dentro da sociedade, na verificação e na importância de uma avaliação criteriosa na aquisição de materiais, optando pelo mais vantajosos.

Motivos para uma junção de todos os tipos de biblioteca:

• Falta de interesse e de investimentos por parte do governo na educação e na cultura - Verba insuficiente para o desenvolvimento das bibliotecas brasileira. Com isso, torna-se necessário uma cooperação entre bibliotecas e entre sistemas de recuperação da informação.

• Falta de interesse por parte da iniciativa privada na educação e na cultura - Não se preocupa como o desenvolvimento de seus centros de documentação considerando-os desnecessários.

• Analfabetismo (tradicional) da população - Pessoas que não sabem ler e escrever necessitam de outros métodos para obterem informações. Assim, eles necessitam de informações orais e audiovisuais.

• Analfabetismo (funcional) - Pessoas que sabem ler e escrever mas não entendem o que lêem, necessitam dos mesmos suportes citados acima.

• Analfabetismo (tecnológico) da população - Pessoas que não sabem operar computadores necessitam de informações impressas e de cursos de aperfeiçoamento em utilização de equipamentos tecnológicos.

• Precariedade das redes de telecomunicações - Falta de telefonia em vários municípios do país gera um gravíssimo problema no avanço das bibliotecas tecnológicas.

• Falta de capacitação e valorização dos profissionais do setor - Os bibliotecários não possuem preparo para esse novo mercado devido ao baixo nível dos currículos acadêmicos e ao despreparo dos mesmos em relação às novas tecnologias.

• Impossibilidade de digitalizar todos os materiais já escritos pela humanidade: milhões de páginas de literatura, arte, história, filosofia, medicina e ciências sociais e física que foram impressas em papel ao longo de toda a história humana sejam convertidas ao formato eletrônico de forma abrangente.

• Possibilidade de adulteração nos textos disponíveis em rede - Falta de segurança nos sistemas das bibliotecas. Conforme VERGUEIRO (1997), "refere-se a confiabilidade da informação. Ainda não existem indicadores que garantam que o texto recebido via Internet em um computador pessoal é exatamente aquele produzido por seu autor".

• Problemas relativos à Lei dos Direitos Autorais - Ainda não existe uma lei específica sobre o assunto. Contudo, SOUZA (2000) faz o seguinte relato "para a criação de um acervo digital há que se conciliar a aquisição de obras digitais e o pagamento dos direitos autorais. O problema está na troca do paradigma adquirir x disponibilizar. Nas bibliotecas tradicionais o empréstimo de uma obra é proporcional ao número de exemplares adquiridos, já nas bibliotecas digitais para disponibilizar basta ter um exemplar digital. Isto causa uma profunda transformação na negociação dos direitos autorais, visto que o objetivo dos autores e editores deixa de ser o de 'vender o exemplar de uma obra' e passa a ser algo ainda passível de discussão com a negociação de: a) número de licenças da obra digital para empréstimo; b) permissões de acesso ou a disponibilização mediante remuneração, como por exemplo aos alunos de uma determinada disciplina. Também questões, como ler, copiar e imprimir, influem são muitas as facilidades para leitura, cópia e impressão". OPPENHEIM apud SOUZA (2000), destaca a necessidade de elaboração de sistemas eletrônicos de gestão dos direitos autorais que permitam identificar ou sinalizar a obra protegida e controlar sua utilização. Segundo ele, os sistemas seriam constituídos a partir de mecanismos sólidos, confiáveis, econômicos e a prova de interferência que forneceriam aos editores as novas garantias de que necessitam para conceder mais facilmente as permissões para disponibilização de suas publicações.

• Questões econômicas ligadas aos periódicos - Uma das principais características da biblioteca virtual é o acesso a periódicos on-line serem mais baratos, acessíveis e de fácil armazenamento. Se verificarmos que quem vende quer ter lucros e que os distribuidores estão barateando os custos da informação on-line nesse momento para no futuro conseguir que as bibliotecas tenham assinatura on-line e aumentem seus preços. Outra questão importante refere-se ao fato de se perder todos os periódicos caso não seja efetuadas as devidas renovações dos mesmos. Afinal, a informação on-line só está acessível enquanto paga. Fora isso, está a questão da necessidade de pessoal capacitado para disponibilizar esse tipo de serviço. Além de requerer treinamento contínuo, manutenção dos serviços e equipamentos e consequentemente verbas.

• Falta de padronização das páginas na Internet - Cada página está em um formato diferente.

• Falta de depósitos digitais que garantam a disponibilidade e atualização dos textos.

• Crise na indústria editorial, com possibilidades de desemprego em massa.

• Adequabilidade do livro - "O livro é extremamente adequado ao objetivo para o qual foi originalmente criado, é portátil; pode ser utilizado das mais diversas formas de acordo com interesses e objetivos do indivíduo; possui preço acessível para as camadas médias da população" (VERGUEIRO, 1997).

• Custo do livro - (...) alguns tipos de materiais de informação representam uma opção mais econômica de produção em formato eletrônico. (...) sem contar os custos internos da instituição para a utilização de formatos eletrônicos...VERGUEIRO (1997).

• Inexistência de listagens com os endereços eletrônicos das bibliotecas virtuais, dificultando, muitas vezes, encontrar a biblioteca dentro da rede virtual e, consequentemente, a informação.

• Alto custo dos equipamentos tecnológicos, o que gera dificuldades para várias bibliotecas em se adequar ao momento.

• Necessidade contínua de espaço para armazenar os materiais adquiridos nas estantes e para acomodar os usuários, gerando necessidades de ampliação das bibliotecas. Com a junção de suportes, evita-se essa necessidade.

• Os tipos de papel utilizados nos últimos anos são de fácil deterioração. Por isso, serão necessários modificá-los e, talvez, digitá-los.

• Atualmente, o conhecimento é desatualizado rapidamente. Assim sendo, sua disseminação através de meios eletrônicos são necessárias. Além disso, evita-se a duplicação de materiais nos acervos.

Segundo DRABENSTOTT e BURMAN (1997), "autores visualizam um futuro em que documentos impressos existam lado a lado com artefatos digitais, apontando que o princípio orientador é usar a tecnologia apropriada para cada propósito particular (...) a existência de novas tecnologias não significa que devam ser abolidas as anteriores. Não existe uma competição com a versão tradicional, mas sim, um complemento (...) a transmissão eletrônica da informação dá novo sentido à biblioteca, cujo propósito é tornar o conhecimento acessível aos usuários finais, integrando múltiplas tecnologias disponíveis..."

BARAN (1995) citado por VICENTINI (1997) citado por SANTOS (2000) faz a seguinte reflexão: "Parece haver uma idéia errada da parte das pessoas de que de algum modo a infovia irá substituir as bibliotecas e torná-las obsoletas. A infovia deverá tornar as bibliotecas mais acessíveis, particularmente em nível internacional, as não parece muito provável que milhões de páginas de literatura, arte, história, filosofia, medicina e ciências sociais e física que foram impressas em papel ao longo de toda a história humana sejam convertidas ao formato eletrônico de forma abrangente."

Para SANTOS (2000), "podemos constatar, que a convivência com o impresso, o virtual e o digital, é perfeitamente coerente, visto que existem preferências as duas formas de acesso". Assim pensam DRABENSTOTT e BURMAN (1997), quando relatam que "em adição ao texto impresso, novos tipos de artefatos informacionais integrarão o sistema digital em bibliotecas, como fotografias, desenhos, ilustrações, peças de arte, dados numéricos, informações por satélites, cosmológicas, sons e imagens visuais em movimento, hologramas, e outras. A capacidade de integrar informação (nos mais diversos formatos), bem como em recuperá-la e proporcionar, por meio de programas específicos robotizados, assistência ao usuário na sua localização mais rápida, será benefício muito grande para os estudiosos do futuro".

PENNIMAN (1993) apud LANCASTER (1994), afirma que as bibliotecas devem ser ativas, enfatizando a distribuição das informações, avaliadas em função dos seus serviços de distribuição, que devem ser feitas alianças de pesquisas que assegurem às bibliotecas se tornarem sistemas de transmissão em demanda no futuro e, que nossa profissão desenvolva as qualidades necessárias de liderança.

LINE (1993) apud LANCASTER (1994), afirma que a tecnologia tornará a biblioteca num lugar onde irão menos pessoas, mas onde as pessoas disponibilizarão recursos utilizados à distância.
Conforme SANTOS (2000), "alguns enfoques necessitam assumir outras direções, que estabelecerão definitivamente um futuro para as bibliotecas para tanto as bibliotecas deverão":

• "formular políticas que visem à cooperação para tomar o acesso cada vez mais aberto e levado aos locais longínquos" (DRABENSTOTT e BURMAN, 1997)

• "não centrar-se em si mesma como uma instituição, mas como provedora da informação" (DRABENSTOTT e BURMAN, 1997)

• "usar novas tecnologias de informática não apenas para automatizar atividades bibliotecárias, dentro de quatro paredes, mas fazendo uso delas para o aumento de acesso a informação" (DRABENSTOTT e BURMAN, 1997)

• "tornar a rede local de bibliotecas em rede de áreas para todos os tipos de fontes provedoras da informação" (DRABENSTOTT e BURMAN, 1997)

Indo um pouco além do que relatou SANTOS (2000), verifica-se com as novas mudanças nos paradigmas da sociedade e da biblioteca que são necessários rever alguns aspectos dentro da biblioteca. Que são eles:

• Objetivo Geral - O objetivo da biblioteca deve estar direcionado às informações, disponibilizando-as aos usuários em quaisquer tipo de suporte seja físico ou virtual. O acesso da biblioteca deve ser definido pelo acesso à informação e, não pela aquisição cumulativa de materiais.

• Público-Alvo - Deve-se estipular para que público a biblioteca está direcionada para aquisição de materiais físicos e digitais de acordo com as necessidades dos clientes.

• Critérios de Avaliação e Credibilidade - Para que se forneça informações com credibilidade através de sistemas virtuais, são necessários seguir alguns critérios como cita VASSOS (1997) apud FACHIN (2000):

- Autoridade, Escopo, Outros Recursos, Conteúdo, Propósito da Informação, Atualidade, Público-Alvo, Endereço do Documento, Corpo Editorial, Identificação dos Objetivos, Pesquisa e Seleção de Links e Endereços, Desenho e Montagem da Estrutura do Site, Criação da Página Padrão, Definição da Homepage, Organização de um Diretório de Trabalho e de Cópia, Utilização de Editores de Páginas, Segurança, Criação de Páginas Internas, Webmasters, etc. O desenvolvimento de coleções é um dos principais aspectos desse novo tipo de biblioteca; deve ser verificado qual é o melhor tipo de suporte para a biblioteca nesse momento.

12 - CONCLUSÃO

Podemos verificar que esse novo modelo de biblioteca pode ser uma utopia dentro da realidade brasileira. Todavia, não podemos deixar de apresentá-la como modelo ideal de recuperação e disseminação da informação, devido, principalmente, aos vários tipos de suportes capazes de recuperá-la e disseminá-la. Um único modelo, seja tradicional, digital, eletrônico, virtual, polimídia ou interativo, descriminaria as informações a um determinado grupo ou focalizaria a mesma. Assim sendo, a informação necessita encontrar todos os leitores e todos os leitores devem encontrar as informações como determina duas leis de Ranganathan e a biblioteca universal vem suprir essa necessidade dentro de nossa sociedade surgindo como modelo ideal para uma biblioteca moderna.



13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FERNANDES, Priscilla. Livros à prova de tecnologia: o futuro da biblioteca no Brasil e no mundo é discutido por intelectuais e autoridades que se preocupam com o destino dessa tradicional provedora do conhecimento. Gazeta Mercantil, Rio de Janeiro, 23, 24, 25 fev. 2001. Rio Cultura, p. 1.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa 3.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

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LANCASTER, F. W. Ameaça ou oportunidade? O futuro dos serviços de biblioteca à luz das inovações tecnológicas. Belo Horizonte, R. Esc. de Biblioteconomia da UFMG, v. 23, n.º 1, pp. 7-27, jan./jun. 1994.

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DEPOIS de cinco anos, um debate sobre o programa federal de bibliotecas públicas. Revista CFB, Brasília, ano 1, n.º 1, abr. 2001. pp. 1-5.

PERROTTI, Edimir. A biblioteca interativa. Revista CFB, Brasília, ano 1, n.º 1, abr. 2001. p. 6.

Perfil do Bibliotecário: Uma Realidade Brasileira

Robson Dias Martins
Bibliotecário responsável pela
Biblioteca Setorial Madureira


RESUMO: Esse trabalho pretende demonstrar a mudança comportamental do bibliotecário durante o Século XX, desde o profissional considerado como "guardião de livros" no início do século até o moderno profissional da informação, voltado para o gerenciamento de unidades de informação e inserido nas novas tecnologias de informação.

PALAVRAS-CHAVE: bibliotecário, perfil do bibliotecário, moderno profissional da informação.



1 - INTRODUÇÃO

Podemos verificar uma mudança no perfil do bibliotecário brasileiro, no século XX, desde o surgimento do primeiro curso de biblioteconomia no país, realizado na Biblioteca Nacional, em 1910, até os dias atuais com o advento das novas tecnologias informacionais e novas técnicas de gerenciamento, alterando assim, o perfil desse profissional no decorrer do século.

Verificamos como relata GUIMARÃES (1997) que, do início do século XX até a década de 30, o bibliotecário possuía uma visão humanista, ligada à cultura e às artes, sob forte influência francesa, devido à origem do curso de biblioteconomia estar ligada a École Nationale des Chartes, em Paris. Assim, os profissionais de biblioteconomia tinham seu papel reduzido a vigiar coleções de manuscritos, de livros e de outros impressos. As bibliotecas eram restritas às instituições religiosas, coleções particulares ou de instituições de ensino ou públicas.

Na década de 30, ele passa a receber uma formação mais técnica sob influência norte-americana, devido à criação dos primeiros cursos paulistas em biblioteconomia direcionados ao ensino técnico, originados da School of Library Economy, fundada por Melvil Dewey na cidade de Columbia, em Nova York. Nessa década, foi fundada também a primeira associação de bibliotecários,a Associação Paulista de Bibliotecários, que visava entre outras coisas uma participação efetiva dos bibliotecários a fim de um reconhecimento profissional dentro da sociedade. Contudo, seu perfil ainda era considerado de um "guardião de livros".

Na década de 50, aconteceu o primeiro congresso na área - Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, realizado em Recife, em 1954, originando uma maior participação dos profissionais e uma educação continuada da categoria.

Na década de 60, a profissão passa a ser reconhecida oficialmente em nível superior, sendo estabelecida uma legislação profissional e sendo criados os primeiros órgãos de classe, como cita Guimarães (1997). "Assim, o bibliotecário que antes exercia sua profissão de forma isolada e sem respaldo legislativo passa a trabalhar de forma mais participativa dentro da sociedade".

Na década de 70, são criados os primeiros cursos de pós-graduação, desenvolvendo assim, a pesquisa e o surgimento dos primeiros periódicos nacionais voltados para biblioteconomia e ciência da informação: Ciência da Informação (publicado pelo IBICT); Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG (publicada pela UFMG)); Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (publicada pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários) e Revista de Biblioteconomia de Brasília (publicada pela Unb e Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal), aumentando a disseminação da informação dentro da área.

Na década de 80, com a reformulação curricular nos cursos de biblioteconomia, o bibliotecário passa a ter um perfil de agente cultural e de informação,sendo direcionado a entidades educacionais e, muitas vezes, atuando como educador.

No início da década de 90, com o crescimento editorial e com o avanço das novas tecnologias de informação,ele passa a ser um profissional da informação e, nesse momento, ele torna-se o "Moderno Profissional da Informação" também conhecido como MIP, sendo considerado um "Gerente Informacional".



2 - PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO TRADICIONAL

Conforme Castro (2000), podemos verificar alguns aspectos do perfil do bibliotecário tradicional, tais como:

• Demasiada atenção às técnicas biblioteconômicas

• Atitudes gerenciais ativas

• Desenvolvimento de práticas profissionais em espaços determinados: bibliotecas, centro de documentação

• Tratamento e disseminação de informação impressa em suportes tradicionais

• Espírito crítico e bom senso

• Atendimento real ao usuário

• Uso tímido das tecnologias de informação (ou nenhum tipo de uso de tecnologia)

• Domínio de línguas estrangeiras (ou nenhum conhecimento de outro idioma)

• Práticas interdisciplinares pouco representativas

• Pesquisas centradas nas abordagens quantitativas

• Estudo das necessidades de informação dos usuários e avaliação de coleções de bibliotecas

• Relação biblioteca e sociedade

• Domínio acentuado nos saberes biblioteconômicos

• Planejamento e gerenciamento de bibliotecas e centros de documentação

• Preocupação no armazenamento e conservação das coleções de documentos e objetos

• Educação continuada esporádica

• Treinamento em recursos bibliográficos

• Tímida participação em políticas sociais, educacionais, científicas e tecnológicas

• Personalidade tímida, pouco comunicativo, com atitudes retrógradas, necessidade de restringir o acesso às informações e inseguro nas tomadas de decisões.

Enfim, podemos verificar que o perfil do bibliotecário tradicional divide-se em três partes distintas:

1) Visto como um preservador - aquele profissional que atua como organizador do conhecimento registrado para garantir seu acesso, ou seja, aquele profissional que limita-se a guardar o seu acervo e disponibilizá-lo o menos possível. Esse profissional possui características de manipular a informação ao invés de disseminá-la;

2) Visto como um educador - ele age como professor, fornecendo informações e preparando os indivíduos para buscá-la de forma autônoma, ou seja, devido principalmente à falta de uma estrutura educacional eficiente, esse profissional torna-se um "professor," substituindo quem deveria exercer a função de professor;

3) Como agente social - onde ele deve ser um comunicador, organizador da informação para sua recuperação, medidor de informações entre o acervo e o público, pesquisador, educador, líder, gerente etc.



3 - PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO MODERNO

Em 1991, a Federação Internacional de Informação e Documentação (FID) criou o Grupo de Interesse Específico sobre Papéis, Carreiras e Desenvolvimento do Moderno Profissional da Informação (SIG FID/MIP), envolvendo profissionais das áreas de biblioteconomia, arquivologia, museologia e administração, realizando uma pesquisa mundial entre esses profissionais para identificar seu perfil.

Segundo Arruda (2000), essa pesquisa desponta a tecnologia como propulsora das principais modificações no perfil desses profissionais, seguida por elementos de gestão organizacional e do trabalho, tais como: identificação do trabalho, aumento da responsabilidade individual, influência no mercado internacional e da competitividade. Assim, verificamos que a inserção das novas tecnologias, bem como novas formas de gerenciamento transformaram o perfil do bibliotecário.

Atualmente, algumas qualificações são necessárias na formação desses bibliotecários, tais como:

• Domínio das tecnologias de informação

• Aquisição de mais de um idioma

• Capacidade de comunicação e de relacionamento interpessoal

• Capacidade gerencial e administrativa

• Administração estratégica

• Educação continuada

• Planejamento estratégico

• Adaptabilidade social

• Visão interna e externa do ambiente

• Gestão participativa envolvendo todos os funcionários da unidade de informação

• Tomada de decisões compartilhadas

• Trabalhar em equipe de forma globalizada e regionalizada

• Deve ser participativo, flexível, inovador, criativo, delegar poderes facilitando a interação entre os níveis hierárquicos e a comunicação entre eles.

Segundo Castro (2000), podemos verificar alguns aspectos do perfil do bibliotecário moderno, tais como:

• Atenção às técnicas biblioteconômicas e documentais

• Atitudes gerenciais pró-ativas

• Desenvolvimento de atividades em espaços onde haja necessidade de informação

• Tratamento e disseminação de informação, independente do suporte físico

• Espírito crítico e bom senso

• Atendimento real e/ou virtual aos clientes

• Profundo conhecedor dos recursos informacionais disponíveis e das técnicas de tratamento da documentação com domínio das tecnologias mais avançadas

• Domínio de línguas estrangeiras

• Ativas práticas interdisciplinares

• Fusão entre as abordagens qualitativas e quantitativas

• Estudo das necessidades de informação dos clientes e avaliação dos recursos dos sistemas de informação

• Relação informação e sociedade

• Domínio dos saberes biblioteconômicos e áreas afins

• Planejamento e gerenciamento de sistemas de informação

• Preocupação na análise, comunicação e uso da informação

• Intenso processo de Educação continuada

• Treinamento em recursos informacionais

• Ativa participação nas políticas sociais, educacionais, científicas e tecnológicas

Já para Marshall et al. (1996) apud Santos (2000), que apontou no relatório anual de 1996 ao Comitê Especial de Competências da SLA - Special Librarian Association "as competências profissionais do bibliotecário moderno estão relacionadas ao seu conhecimento nas áreas de recursos de informação, acesso de informação, tecnologia, administração e pesquisa e, na habilidade para o uso destas áreas de conhecimento como base provedora da biblioteca e dos serviços de informação" e, suas competências pessoais "englobam um jogo de habilidades, atitudes e valores que permitem bibliotecários realizar um trabalho eficaz". Exigindo assim, conforme Santos (2000) relata, "uma boa comunicação, interesse especial na educação continuada ao longo da carreira".

Para Amaral (1998), o bibliotecário moderno deve se destacar nos seguintes enunciados:

• Ser um investigador permanente, pesquisando novos nichos de mercado da informação.

• Inovar as técnicas de segmentação do mercado.

• Identificar o novo perfil do consumidor.

• Buscar novos produtos que propiciem vantagens em relação à concorrência.

• Criar e manter serviços personalizados aos usuários/clientes.

• Posicionar produtos e serviços em condições compatíveis com a imagem da unidade de informação.

• Entender novos modelos de distribuição no ambiente eletrônico.

• Conhecer o novo papel da comunicação, interagindo com os profissionais desta área.

• Descobrir o modelo ideal para promover os produtos e serviços oferecidos.

• Aprimorar o relacionamento com a clientela.

• Visualizar modalidades para estabelecer parcerias com a comunidade, governo, órgãos de classe, agências de fomento e empresas privadas em geral.

• Moldar um novo e atualizado profissional para o atendimento ao público.

• Investir em controles para aprimorar desempenhos da equipe, do gerente e das metodologias de trabalho.



"O perfil do bibliotecário deve ser caracterizado pelos atributos específicos de um agente de mudanças, capaz de gerenciar os recursos informacionais com a habilidade exigida pelo setor de informação do quaternário". (Amaral, 1998 p. 35)

"O bibliotecário deve conhecer a unidade de informação sob sua responsabilidade desde os aspectos socioculturais, econômicos, políticos, tecnológicos, demográficos e legais relacionados com o meio ambiente em geral e com o ambiente interno onde está inserida a unidade de informação". (Amaral, 1998 p. 36)

Enfim, o moderno profissional da informação deve gerenciar sua unidade de informação como uma organização moderna, com uma visão centrada no ser humano como uma sistema aberto, participativo, com co-responsabilidades, voltado para interação com o meio externo apresentando características de administração estratégica, flexibilidade na hierarquia da unidade, exercendo controle sobre resultados, trabalhando em equipe de forma compartilhada, capacitando e avaliando a informação, possuindo uma visão sistêmica da realidade, ampliando a capacidade organizacional de sua unidade de informação, criando e, por fim, inovando.



4 - PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO DO FUTURO



Devido ao surgimento das novas tecnologias de informação e de seu rápido crescimento dentro da sociedade, estão sendo criadas as bibliotecas virtuais também conhecidas como "bibliotecas sem parede" que almejam disponibilizar informações sem a necessidade de uma instalação física onde sejam armazenados livros, periódicos e/ou qualquer outro tipo de suporte de informação.

Analisando essa realidade e verificando que vivemos num país subdesenvolvido onde pessoas morrem de fome e não existe incentivo por parte dos governantes na educação, percebemos que grande parte da população não conhece ou sabe manusear esses instrumentos tecnológicos de busca de informação. Assim sendo, verificamos que mesmo num cenário de avanço tecnológico em meios eletrônicos, de internet e outros suportes, a presença de bibliotecários e de bibliotecas será fundamental para a recuperação das informações. Pois, as pessoas não estão preparadas para pesquisar e não dispõem de tempo para efetuá-las, preferindo que profissionais gabaritados exerçam essa função. E nessa lacuna, a presença do bibliotecário torna-se essencial dentro da sociedade.

O perfil do bibliotecário do futuro deverá ser revisto. Ele deixará de ser um intermediador entre o usuário e a informação escrita para um intermediador do cliente para a informação eletrônica. Com isso, o bibliotecário do futuro deverá ser um exímio conhecedor de informática pois, através de meios tecnológicos, ele irá exercer seu papel de organizador e disseminador da informação. O bibliotecário passará a ser um "consultor de informação", provavelmente, trabalhando de forma autônoma, sem a necessidade de uma instalação nos moldes das bibliotecas atuais. Por essas questões, o profissional da informação, no futuro, para conseguir êxito em sua carreira deverá prestar um serviço de qualidade onde o atendimento ao cliente será fundamental para a manutenção de sua existência.

5 - CONCLUSÃO

Vivemos numa sociedade repleta de transformações que alteraram durante o século XX o perfil de profissionais de várias áreas e isso não foi diferente com os profissionais de biblioteconomia. Podemos perceber uma grandiosa mudança no perfil desse profissional.

Anteriormente combalido e recluso a bibliotecas ou "depósitos de livros", onde atuavam como "guardiões de papéis", sem perspectivas profissionais e sem reconhecimento dentro da sociedade. Evidente que esse quadro era um reflexo da atuação desses profissionais, que por muitas vezes, se isolavam da sociedade e de outros profissionais, reclusos dentro de bibliotecas, isolados da realidade e das transformações da sociedade. Contudo, com o passar dos anos, com mudanças curriculares, criação de educação continuada, através de congressos, encontros, simpósios, cursos etc..., regulamentação da profissão, criação de cursos em nível de pós-graduação e mestrado, compartilhamento de informações, novas técnicas gerenciais e advento de novas tecnologias de informação, esse profissional passou a ser um "gerente informacional". Procurando novas alternativas de atendimento, expandindo-se, indo além de sua unidade de informação, buscando a informação onde ela estiver, o bibliotecário moderno deixou a reclusão de sua unidade de informação para trabalhar de forma compartilhada a outras unidades de informação e o bibliotecário do futuro, apesar de ainda ser uma incógnita, provavelmente, será um "consultor da informação" ou "guia do conhecimento",exercendo a profissão de forma autônoma e buscando preencher uma lacuna dentro da sociedade. Além disso, ele deve desenvolver habilidades interpessoais, de comunicação, gerenciais e técnicas sendo um profissional de extrema importância dentro da sociedade.

6 - REFERÊNCIAS

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

17 MANEIRAS PARA ESTIMULAR A LEITURA


Sandra Byrd

1. Visitar a biblioteca.


2. Assistir a filmes clássicos.


3. Criar um local apropriado para a leitura.


4. Ouvir livros em edição gravada.


5. Encenar histórias.


6. Ser um exemplo de leitura.


7. Pedir a seu filho para fazer um registro de seus pensamentos e lê-los posteriormente.


8. Ler em voz alta um capítulo de um livro clássico.


9. Fazer assinatura de revistas para as crianças.


10. Ajudar seu filho a escrever e ilustrar seu próprio livro.


11. Aceitar livros em quadrinhos.


12. Manter silêncio na hora de leitura.


13. Buscar interesses especiais por meio da leitura.


14. Comparecer ao lançamento de um livro.


15. Dividir livros longos em partes para a leitura.


16. Visitar livrarias.


17. Ler livros em série.

Incentivando o Hábito da Leitura

Lusmar da Silva Duarte Araujo
Coordenadora de Bibliotecas das Escolas Adventistas do Rio de Janeiro
Niterói/2007


Falar de leitura de livros nos dias em que vivemos é muito complicado, pois a s crianças, hoje são embaladas pela onda da tecnologia que oferece coisas extraordinárias aos olhos humanos. Uma série de opções são apresentadas a elas com a permissão dos pais e professores. Como por exemplo, temos os videogames, desenhos animados, computadores, internet, DVDs, jogos, filmes, etc.


Mas escola tem a responsabilidade de ensinar a criança a ler e também despertar - lhe o gosto pela leitura. Esta é uma tarefa difícil, mas não impossível.


Muitas vezes além de toda essa tecnologia, temos também as principais responsáveis pela pouca vontade de ler dos aluno que sãos as atividades escolares como: preencher fichas de interpretação, fazer resenhas, responder questionários ou , ainda, preparar-se para uma prova.

A leitura é muito importante, pois além de ser o veículo eficaz contínuo de aprendizagem, também auxilia o desenvolvimento harmonioso da personalidade. É um instrumento de educação, proporciona condições de formar espíritos críticos, e é uma fonte de crescimento interior. Ler não é apenas instruir, mas divertir e enriquecer.


“A leitura só se implanta se estiver associada ao prazer, à arte, de modo que o receptor sinta – se envolvido e motivado por ela, tendo também contato com as formas de comunicação mais elaboradas que caracterizam a arte em geral” (Ponde, Glória Maria)

Aos professores deve despertar em si mesmos o prazer pela leitura para que possa haver um vínculo entre eles e a atividade proposta. Devem ler para seus alunos, mesmos ainda não alfabetizados, pois ouvindo as histórias, eles irão fazer interessante viagem ao mundo da leitura e entenderão que” ler é muito mais do que ler com os olhos, é conhecer o mundo”. (Impressão Pedagógica nº 31, pág.8, jun/set 2002).

Há uma fragilidade no sistema educacional brasileiro e a inexistência de medidas mais amplas e eficazes no sentido de promover a cultura e, por extensão, a leitura, ainda relega o livro à condição de artefato de luxo a ser reverenciado por ser raro. Os caminhos para a inversão desse estado de coisas podem ser abertos por aqueles que vêem na escola e na biblioteca, por exemplo uma possibilidade de acesso à leitura.


Cabe aos professores e bibliotecários a responsabilidade de despertar nos alunos este gosto pelos livros.


Entre as muitas responsabilidades do Bibliotecário, destacam –se:

a) Orientar e incentivar o uso dos livros e demais materiais existentes;

b) Transformar a Biblioteca num lugar atrativo e agradável. Evitar que seja usada como lugar de castigo.


“O leitor é a própria razão de ser de toda a Biblioteca, sem sua presença, a função desta ficaria reduzida a um mero depósito de livros.” Gaston Litton


Pensamento: QUEM LÊ...


...Sabe Mais

...Pensa Melhor

...Compara Idéias

...Prepara-se Melhor

...Tem o que Falar

...Tem o que Responder

...Fundamenta Suas Opiniões

...Aumenta sua Compreensão

...Melhora o Vocabulário

...Tem mais Chances

...Absorve Experiência

...Sabe o que Está Acontecendo


O que o hábito da leitura pode fazer?


a) Ampliar os horizontes;

b) Desenvolver o espírito investigativo;

c) Estimular a criatividade

d)Contribuir na construção de bons modelos;

e) Favorecer a autonomia de pensamento, a auto - crítica e o senso de julgamento.


O que se pode fazer para incentivar a leitura?


1) Realizar a hora do conto

Os livros desenvolvem a imaginação, a criatividade, objetivando o contato com a literatura. A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua experiência da vida real. A hora de curtir um livro juntos é a hora de partilhar. O importante é que nessa hora não haja pressa, contando ou lendo tudo de uma só vez. É preciso respeitar as pausas, perguntas e comentários naturais que a história possa despertar, tanto em quem lê quanto quem ouve.


O objetivo da hora do conto é a familiarização com a literatura, mostrando-a como entretenimento. Até os alunos menos amigos dos livros sentem – se encantados com essa atividade porque, para eles, ouvir é muito mais fácil do que ler, e o narrador, com as modulações da voz e as expressões faciais, ajuda a tornar os significados mais compreensíveis, mais interessante as situações e os personagens.


Há diversas maneiras para se realizar a hora do conto como:


a) Cineminha – onde é usada uma caixa de papelão ou madeira; dois pedaços de cabo de vassoura, papel, tinta e muita imaginação. (antigo)


b) Teatro de bonecos – no qual são utilizados bonecos (fantoches) seguindo o enredo de uma história.


c) Leitura em voz alta para as crianças.


d) Criação de história:

Continuando o enredo da obra lida;

Criando novos enredos com os mesmos personagens;

Reescrevendo a história em uma outra época;

Recriando a história em outro ambiente.


e) E usar vários outros métodos para a hora do conto.


2) Promover Concursos de Leitura “ Sou Louco por livros”

Onde o aluno lê o livro e dá o seu parecer e incentivando outros a lerem também.

Quem realmente ler mais, merece uma medalha ou um prêmio .


3) Jornal Mural – montar no mural as várias seções do jornal. Cada um lerá o que interessa.

4) Festa Literária – Noite de autógrafos. Fazer exposição dos livros escritos pelos alunos.


5) Campeões da Leitura – Todo mês montar o quadro dos campões. Dar uma lembrança.

6) Visitas a Feira de Livros – a cada 2 anos tem a  Bienal do livro, no Rio e em SP. Uma oportunidade de levar os alunos para visitarem a feira, ouvirem histórias e comprarem livros.

7) Fazer desenhos, pintura do livro ou de alguns de seus personagens.

8) Fazer comentários sobre o livro lido.


9) Confeccionar cartazes com desenhos inspirados no enredo, no ambiente ou nos personagens.


10) Montar murais com base nas histórias lidas ou feitos a partir de trabalho livres.


11) Fazer dramatização da história lida ou da parte que mais interessar.


Estratégias de Leitura Recreativas


Textos recreativos para crianças não – alfabetizadas:

- Permite que a criança tenha contato com livros, mesmo que não tenha idade para ler.

- Escute com carinho e paciência as histórias que elas contam.

- Incentive – as a falar e a se expressar, sem imita-la.

- Conte história para elas.

- Leia histórias em voz alta com bastante freqüência.

- Dê livros de presente a elas.

- Leve – as a participar de eventos culturais: feira de livros, teatro, etc.

- Estimule visitas às bibliotecas.


Textos recreativos para crianças alfabetizadas – 1ª a 4ª série:

- Dê livre escolha às crianças, no que diz respeito à leitura recreativa.

- Procure incentiva - las sempre a ler.

- Fale a respeito de livros e escritores com as crianças.

- Faça murais sobre livros e autores bem conceituados.

- Faça exposições de livros novos na biblioteca.

- Não cobre, jamais uma leitura recreativa.

- Faça com que seu mundo e o da criança gire em torno de informações, livros, jornais,

Tv, etc.

- Leia juntamente com os alunos, os mesmos livros. Após a leitura, faça comentários sobre a obra. A fala, a audição e a socialização estarão sendo ativadas.


A Escolha dos livros


Existem inúmeros guias de leituras, noticiários, boletins informativos e catálogos de literatura infanto – juvenil, que devem ser selecionados com atenção, diferenciando da literatura de consumo que não possui comprometimentos maiores com a realidade da criança.


A literatura infantil deve ter a função básica de estimular na criança todas as potencialidades latentes em seu ser, e uma linguagem adequada a criança.


Todo o cuidado é pouco na escolha do livro. Note o que Ellen White escreveu: “À crianças deve ensinar – se a rejeitar os contos levianos, excitantes, e volver à leitura sensata que levara´ o espírito a ter interesse na narração, história e argumentação da Bíblia. A leitura que lança luz sobre o Sagrado Volume, e desperta o desejo de o estudar, não é perigosa, mas sim proveitosa.” - Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, p.122


Verso Bíblico: “Ensine a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov.22:6

Atividades sugestivas para realizar no Minicentro White

1. Deixar um livro de registro de freqüência e de pesquisa, onde todo aquele que visitar dará um visto. No final de cada mês, poderá ser feito o balanço de quantas pessoas visitaram o Minicentro e qual o livro mais pesquisado. (Essa informação é importante para os recadastramentos anuais).


2. Criação de uma Caixinha de Sugestões, que deverá ficar na porta do Minicentro para ler as opiniões dos freqüentadores e visitantes.


3. Fazer anúncios no boletim ou mural da Igreja, ou da Escola a cada semana divulgando as informações acerca do Minicentro e dos materiais disponíveis incentivando a visita ao estabelecimento e a leitura dos livros de Ellen White.


4. Possuir a assinatura das revistas principais (Revista Adventista, Vida e Saúde, Nosso Amiguinho, etc). Meditações e livros dos livros de Ellen White.



5. Para aqueles que tiverem condições, comprar um arquivo de aço para criar uma hemeroteca (biblioteca de recortes) para guardar artigos de revistas e outros documentos.



6. Criação de um adesivo para a divulgação do Minicentro.

7. Convidar alguém especial para fazer uma palestra sobre o Espírito de Profecia.

8. Fazer concursos, dividido por faixa etária, tendo como tema a vida e obras de Ellen White.


9. Organizar uma gincana sobre Ellen White.


10. Promover um debate no Programa JÁ.


11. Criar um certificado “Campeões de Leitura” e entregar aos melhores leitores do semestre, fazendo uma mini formatura.

12. Trabalhar com os alunos a vida dos pioneiros da Igreja e uma determinada turma poderia fazer uma encenação na capela para os outros alunos.


13. Fazer cartazes com temas das obras de Ellen White para ter mais divulgação.

14. Promover um sábado especial para o Minicentro convidando um pregador e, se possível um grupo musical.

15. Ministrar palestras onde possam ser apresentados temas relacionados à vida e/ou ensinos de Ellen G. White.


16. Criação de um espaço de estudo infantil. este espaço pode ser organizado num determinado lugar, onde possa oferecer segurança e conforto. Os livros podem estar em uma prateleira, e as crianças podem acomodar-se em almofadas sobre um tapete, no chão. Tal projeto incentiva o contato com a leitura denominacional nas crianças, favorecendo com o hábito da leitura cristã. E dessa forma os pais podem estudar os escritos do Espírito de Profecia, despreocupados quanto a seus filhos.

SUGESTÕES DE FILMES

A Visão do futuro - Joe Baker Siamar

A Voz do coração

Arquitetos da natureza - Brasil Cultural

Brasil de todas a cores

Desafiando Gigantes

Evidências: a arqueologia da Bíblia. Dr. Rodrigo Silva

Happy Fest - O Pingüim

Iluninando as páginas da Bíblia. Dr. Rodrigo Silva

Mentes Perigosas (1996)

Meu mestre, meu herói (Morgam)Freeman Hanks

Um dia a casa cai

Uma lição de coragem (1990)

Como cuidar do Livro

Carla Carolina Pereira

Bibliotecária CRB14/771

Especialista em Gestão de Arquivos Públicos e Empresariais


Os critérios para se manusear documentos são determinantes na sua vida útil, portanto, a adoção de algumas normas e procedimentos que contribuirão consideravelmente para a melhor conservação dos mesmos segue abaixo:
1. Manter sempre as mãos limpas quando for manusear um documento;


2. Usar ambas as mãos ao manusear gravuras, impressos, mapas, etc. sempre sobre uma superfície plana, para que não force a costura e as fibras do papel;


3. Nunca usar fitas adesivas em virtude da composição química da cola. Com o tempo, a cola que penetra nas fibras do papel desencadeia uma ação ácida irreversível. A fita perde seu poder de adesão e o papel fica manchado. As colas reversíveis e neutras, como a metilcelulose são as ideais;


4. Evitar o uso de colas plásticas (PVA), pois seu teor de acidez, gera reações ácidas e manchas irreversíveis;


5. Jamais dobrar o papel, pois esta acarreta o rompimento das fibras;


6. Evitar retirar um livro da estante puxando-o pela borda superior da lombada (cabeça do livro). Este procedimento acarreta o enfraquecimento da mesma e o conseqüente rompimento, comprometendo a sua integridade. O ideal é manter os volumes nas estantes observando-se sua folga entre eles. Isto possibilita sua retirada segurando-os com firmeza pela parte mediana da encadernação, evitando conseqüentemente o atrito entre as capas, o que pode causar abrasão;


7. Nunca umedecer os dedos com saliva ou qualquer tipo de líquido para virar as páginas, pois esta ação pode desencadear reações ácidas (manchas) comprometedoras. Além de a saliva ser ácida e danificar o papel, a pessoa ao salivar os dedo,s acaba ingerindo uma série de microorganismos. O ideal é virar a página pela parte superior ou mediana da folha;


8. Não efetuar marcas nas folhas, seja com grafites, tintas, carimbos ou dobras (dentre estes citados, o único que possui reversão em partes é o grafite) ;

9. Jamais apoiar os cotovelos sobre os volumes de médio e grande porte durante leituras ou pesquisas. Este procedimento acarreta uma pressão nas costuras dos cadernos e nas lombadas que pode provocar o rompimento e o desmembramento dos cadernos do volume;


10. Nunca fazer anotações particulares em papéis avulsos colocados sobre as páginas de um livro, pois a força exercida durante o ato de escrever, seja a lápis ou a caneta, deixará marcas no mesmo;


11. Evitar o uso de grampos e clipes metálicos, pois sob o ponto de vista da conservação, são considerados inadequados. Primeiro por oxidarem com o passar do tempo, transferindo para o documento as reações desta oxidação, sob a forma de manchas amarronzadas. Segundo, por causarem tencionamento nas fibras do papel nos locais onde são colocados, gerando marcas nos documentos;


12. Jamais utilize querosene para acabar com traças. Realmente, o combustível mata o inseto, mas enruga as fibras e deixa o papel sem maleabilidade;


13. Não acondicionar documentos em sacos plásticos, pois assim o mesmo não poderá respirar, criando então fungos;


14. Não inserir no livro pétalas ou folhas de plantas, recortes de jornais e papéis ou papelão de baixa qualidade. Estes elementos alteram o pH do papel provocando manchas, além de modificarem o estado físico da encadernação;


15. Tirar fotocópias dos volumes encadernados danifica não só a estrutura da encadernação, mas também o papel;


16. Os livros devem ser acondicionados nas estantes em posição vertical, preferencialmente. Nunca acondicionar livros com a lombada voltada para cima e o corte lateral voltado para baixo, pois esta posição acarreta o enfraquecimento das costuras;


17. Não realizar refeições dentro dos locais onde há guarda de documentos. Qualquer fragmento de alimento, por menor que seja, pode atrair insetos nocivos aos livros;


18. Pela mesma razão do item anterior, evitar guardar qualquer tipo de guloseimas dentro de gavetas e armários, em áreas destinadas ao acondicionamento e consulta de obras;


19. Para evitar que os acervos não corram risco de ser infestados por insetos, fazer a limpeza mecânica e utilizar saches aromáticos, cânfora e cravo são os mais indicados. Contratar uma detetizadora uma vez por ano também é recomendável.

O Aluno na Biblioteca da Escola

Consultora Pedagógica Maria José Nóbrega



Com cada faixa etária é possível um tipo de trabalho diferenciado na biblioteca.


As sugestões a seguir foram criadas por Carol Kuhlthau, da Rutgers University, nos Estados Unidos, em seu livro Como Usar a Biblioteca na Escola. "A tradução brasileira, feita por um grupo de professores da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, adaptou a obra com sugestões de bibliografia e atividades voltadas para a realidade brasileira, deixando-a ainda mais interessante", destaca a consultora pedagógica Maria José Nóbrega.


4 a 6 anos – Conhecendo a biblioteca: a principal atividade é ler muitas histórias, sempre curtas e simples, pois prender a atenção de uma classe inteira de crianças pequenas é difícil. Atividades lúdicas, como descobrir "onde o livro mora", introduzem os pequenos na organização do espaço.



6 e 7 anos – Envolvendo as crianças com livros e narração de histórias: nessa fase, que coincide com o processo de alfabetização, a prioridade se mantém na leitura em voz alta pelo professor, complementada por atividades de compreensão, como desenhar ou dramatizar a narrativa. As crianças devem escolher e manusear os livros da biblioteca ou sala de leitura.



7 e 8 anos – Prática de leitura: escutar uma história e, em seguida, mergulhar numa atividade, de preferência em grupo. Eles já podem entrar em contato com obras de referência, como enciclopédias e dicionários. Hora de começar a ler jornais e revistas.


9 e 10 anos – Começando a usar recursos informacionais: aos 9 anos, a criança consegue entender os mecanismos de procura por autor, título e assunto e pode produzir um texto usando duas fontes diferentes. O trabalho em grupo continua eficiente, mas é recomendável estabelecer uma agenda de leitura individual. Obras de que causem interrogações costumam ter boa aceitação.


11 e 12 anos – Usando a biblioteca de maneira independente: nessa fase de pré-adolescência ocorre notável diferenciação na classe, pois as meninas estão mais amadurecidas. Capazes de pesquisar em várias fontes (inclusive na internet) e produzir texto, todos são bem receptivos a jogos e gincanas. Textos de aventura e romance são bem lidos nessa fase de transição.


13 e 14 anos – Mergulhando no ambiente informacional: na adolescência nem sempre as atividades em grupo na biblioteca se mostram produtivas, por causa da dispersão natural da idade. Nesse período de muitas escolhas, de busca de independência e de identidade com o grupo, os alunos tornam-se conscientes do ambiente da informação e já estão totalmente familiarizados com a pesquisa em várias fontes, com o uso da internet e de recursos audiovisuais, muitas vezes para buscar assuntos de interesse pessoal. É a última etapa antes da autonomia no uso da biblioteca, que se concretiza durante o Ensino Médio.

O objetivo central, em qualquer trabalho envolvendo biblioteca escolar, é criar autonomia nos alunos.


"Tão importante quanto garantir o acesso à informação é ensinar o aluno a buscar, localizar, selecionar, confrontar, estabelecer nexos e, com base em tudo isso, produzir o próprio discurso e criar textos", ensina Edmir Perrotti, chefe do departamento de Biblioteconomia da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e um dos autores do projeto Biblioteca Interativa, implantado em São Bernardo do Campo


"A biblioteca escolar deve ser um espaço de formação e de educação para a informação."


Para criar uma sala de leitura dinâmica:


Existem várias sugestões simples que ajudam a construir o hábito de leitura e reforçam o papel da biblioteca escolar entre os estudantes:
Ao alcance da mão

Na Educação Infantil e nas primeiras séries do Ensino Fundamental, o ideal é deixar os livros em estantes-caixotes. Mais baixas, elas facilitam a visualização da capa, fator de escolha para quem não lê bem. Se tiverem rodinhas, elas podem ser levadas ao pátio


Acervo atualizado

É essencial fazer novas aquisições, repor e recuperar volumes danificados. A direção da escola, em parceria com a Associação de Pais e Mestres, deve escolher o que comprar. Boa dica é fazer assinaturas de revistas (pedagógicas e de interesse geral) e jornais


Deixe ler em casa

Em São Bernardo do Campo, Márcia Ploretti fez um curso de capacitação para ser contadora de histórias e incentiva a garotada a levar os livros para ler em casa. Além de administrar a entrada e saída dos volumes, ela ajuda os colegas a escolher material


O aluno é autor

O ambiente da biblioteca fica mais rico quando o aluno se sente parte dele. Ponha na estante livros produzidos em classe. E monte um painel como o da foto, que tem várias resenhas produzidas pelas próprias crianças. Entrevistas gravadas também devem ser arquivadas


Ambiente agradável

Boa infra-estrutura é essencial. Bancos acolchoados e pufes espalhados pelo espaço criam um ambiente acolhedor. Dedique atenção especial à iluminação da sala. O piso emborrachado permite que a criança leia sentada no chão e fantasias atiçam a criatividade


Mais autonomia

Segundo os especialistas, toda classe deve ir ao menos um dia por semana à biblioteca. Tanto faz se o horário é para pesquisa ou leitura livre. O que importa é dar autonomia às crianças, ensinando-as a localizar o que procuram e mostrando que a biblioteca é parte do dia-a-dia

Manuel Nogueira